terça-feira, 13 de março de 2018

LUPA

Há muito tempo que eu e o professor João Luiz Vieira, meu colega na Universidade Federal Fluminense (UFF), esboçamos o projeto do LUPA - Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual, que ganhou esse nome após algumas reuniões, quando e o prof. Fabián Núñez também se juntou a nós. Além de desenvolver as atividades de preservação do curso de cinema e audiovisual da UFF (há muito reconhecido como o principal espaço de formação para a área no Brasil), a ideia era superar o fosso que há muito afasta os arquivos de filmes e as universidades no Brasil. Uma iniciativa anterior importante nesse sentido foi a oficialização de um convênio entre o Departamento de Cinema e Vídeo da UFF e a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, assinado em 2016, a partir da minha iniciativa como Chefe de Departamento.
O passo seguinte foi tirar o LUPA do papel, mesmo que sua futura sede, no prédio novo do IACS (Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF), ainda em construção, continue no papel. 
Uma das premissas do LUPA era funcionar ainda como um arquivo regional temático, servindo como importante argumento na defesa de um sistema nacional de preservação descentralizado, que abarque diferentes instituições brasileiras, dos grandes arquivos nacionais (como a Cinemateca do MAM, Cinemateca Brasileira e Arquivo Nacional, membros brasileiros da FIAF) aos pequenos arquivos regionais (como pretende ser o LUPA e o são, por exemplo, os Museu da Imagem e do Som espalhados pelo país), trabalhando em conjunto, colaborando entre si e compartilhando responsabilidades. Decidimos que seu foco seria o cinema amador fluminense, restringindo nossas ações e interesses a um tipo de filme (aquelas obras realizadas sem perspectiva comercial, em bitolas e formatos semi ou não-profissionais) realizado no Estado do Rio de Janeiro que geralmente não recebe a devida atenção das grandes cinematecas.
A partir daí, começamos nosso trabalho de prospecção e conseguimos a doação de um lote de filmes amadores em 9,5mm, realizados entre os anos 1920 e 1940, no Estado do Rio de Janeiro. Através do convênio da UFF com o MAM, solicitamos através deste a digitalização desses materiais, da Coleção J. Nunes, na Cinemateca Brasileira. Foi a primeira vez que eles digitalizaram filmes em 9,5mm. Uma seleção desses materiais foi apresentada publicamente pela primeira vez na Cinemateca do MAM durante a I Jornada de Estudos em História do Cinema Brasileiro, organizado e sediado na UFF em agosto de 2017. Um desses materiais também será apresentado, em abril deste ano, no Orphans Film Symposium, em Nova York, representando a inserção internacional do LUPA.
A justificativa desse post, entretanto, é o lançamento do site do LUPA na internet e de sua página no facebook. Esperamos que sirva como a principal face pública do LUPA, dando acesso a nossas coleções, divulgando informações e materiais de pesquisa, e permitindo que todos aqueles interessados possam entrar em contato conosco. Que esse seja só o início de um longo caminho.